Exóticus é um espetáculo de teatro performativo de vivência, que trata do tema Exotismo. O Exótico é uma percepção muito relativa. Um punk numa igreja certamente é tão exótico quanto um protestante com bíblia no sovaco numa festa punk. O ponto de partida para a construção da dramaturgia usada na construção do espetáculo é o exotismo que causa um mato-grossense em outras regiões do país. Matogrosso não é um estado que faz parte do imaginário cultural brasileiro. Qualquer brasileiro é capaz de dizer meia dúzia de coisas que caracterizam a cultura baiana, ou pernambucana, ou carioca, ou paulista, ou mineira... mas quase ninguém é capaz de dizer algo a respeito da cultura mato-grossense. “A construção do exotismo mato grossense passa pela ideia de que vivemos em um imenso pantanal, rodeados por belezas naturais e animais selvagens invadindo as cidades” – nas próprias palavras do autor que deu ao TheatroFúria a permissão de se apropriar completamente do texto.

Nas inúmeras leituras do texto original se percebeu um ótimo rumo de encenação baseado no desejo de não se fazer um teatro com público passivo somente a engolir e digerir informações: Uma Pesta de Teatro! Uma mistura de peça com festa!!! Inicia-se com um teatro performativo de vivencia e aos poucos o público vai percebendo que o exotismo contido na narrativa não o exclui. Pelo contrário: procura incluir a todos numa catarse festiva perfeita. A Pesta é um cabaré interativo e etílico (a partir da terceira cena se consome cerveja em doses coerentes) que termina sem aplausos, porque na realidade, não termina. O Cabaré repentinamente se torna uma boate. Uma Festa Estranha com Gente Esquisita, como na música do Legião Urbana. O espetáculo tem duração de 1 hora e vagas bem limitadas, mas termina em uma festa onde depois pode receber mais pessoas que não participaram da vivência teatral performativa.