Nepal
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Nepal é o espetáculo inaugural do TheatroFúria. A primeira montagem fez parte do nosso repertório por 10 anos, e foi divulgada por 18 estados brasileiros por meio de festivais de teatro e projetos de circulação de espetáculos como o Palco Giratório. Nesta história construída com muito bom humor, e premiada nacionalmente em 5 ocasiões, os 2 últimos sobreviventes humanos se encontram no “fim do mundo”. Poucas situações são tão eficientes para tratar do Existencialismo quanto esta que usamos em neste espetáculo.
Escrita no ano de 1994 e estreada em 1998, numa época em que alguns comentavam ludicamente e outros muito seriamente a respeito da superstição de que o mundo se acabaria no início do século XXI, nesta época histórica pós pandêmica mundial e agravada pela distopia política onde tanto o capitalismo quanto o socialismo perdem o crédito por parte da humanidade, Nepal ganha um novo fôlego. É uma peça existencialista com estética realista-fantástica na qual, de forma irônica, por meio da disputa de poderes entre as duas personagens, evidencia ao público de forma não panfletária o modo pouco inteligente com que os sapiens se portam em contato com a ecologia em que estão inseridos e as suas relações interpessoais.
Nesta nova encenação utilizamos como elementos representantes da disputa do poder, cabos, amarras e uma máquina cênica suspensa (A FuriosaMacchinaChovedora), através da qual as personagens ilustram suas disputas de poder, de força, seu materialismo, e sua balança de pesos argumentativos. Os conflitos são materializados por ações físicas concretas que ativam nossa máquina que literalmente chove em cena proporcionando visualidades e sonoridades psicodélicas. A personagem Bathanagar sempre conectada à máquina, ilustra ao público o quanto o seu extremo materialismo a faz uma criatura vazia de significados ou de motivos para viver plenamente a despeito do seu excesso de bens materiais. Em suma a sua fortuna o faz um prisioneiro.